quinta-feira, 9 de outubro de 2008

O MURO...



(foto: Isis Dorneles / fonte: internet)

Blocos erguidos sobre o solo,
outrora vazio, era apenas espaço;
agora o muro, milimetricamente cimentado,
entre colunas de ferro galvanizado.
Forte e imponente, no linear que circunda a casa.
Robusto, impele a segurança imaginada,
no sentimento daquele que resguarda.

Bloco sobre bloco, frios e vazios;
ganham vida, falam aos olhares curiosos,
fogem da mesmice e da letargia,
respirando sob o holofotedo poste a ilumina-lo.

Bloco sobre bloco compondo o muro
e sob a tinta viva, inspiram novos paradigmas.
Como as letras que compõem a frase,
como a frase que evolui aos versos,
como os versos que refletem a arte...
E o muro fortifica-se, sob a base da poesia.

Sandro Colibri
Publicado no Recanto das Letras em 08/10/2008Código do texto: T1218209

terça-feira, 7 de outubro de 2008


Mistura de sabores e de Sentidos


Eu te como e chupo,
a Manga e me lambuzo,
o meu bigode e mordo-lhe o caroço;
lambo-lhe os fiapos de pêlos adocicados.
Beijo-lhe a boca, vermelho Morango,
silvestre... Guloso.
E roço-lhe o Pêssego da pele macia,
perfumada como a fruta aveludada.
Penso em pecado – na Maçã face rosada
e dos Mamões em par, deliciosamente saborosos.
Vejo Uvas verdes, tipo Itália;
como verdes são teus olhos,
que sedutores não disfarçam.
Eu te espremo em meu peito,
feito Laranja e te provo o sumo
e te consumo, rica em vitamina.
Eu te como, sobremesa sobre a mesa,
misturada em chantily, minha salada de fruta.
Eu te degusto após a refeição,
sobre a cama, mordo-lhe a Pêra;
mas se maiores – Melão.
Saboreio teu Kiwi,
toda peludinha por fora,
porém doce e molhadinha por dentro.
Eu te venero, cerejinha do meu Dry Martini;
Lima Persa de minha caipirinha predileta.
Eu te como, bebo, chupo e te brindo... Saúde!

Sandro Colibri
Publicado no Recanto das Letras em 08/11/2006 Código do texto: T285912

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

CAUSA & EFEITO I (mar morto)


CAUSA & EFEITO I (mar morto)

O mar agoniza
e vomita na areia;
dezenas de aves,
centenas de peixes...
Cospe mortandade
e recolhe silenciosamente,
minhas lágrimas de tristeza.


Sandro Colibri
Publicado no Recanto das Letras em 06/10/2008Código do texto: T1214734