segunda-feira, 30 de março de 2009

Colibrido by Colibri. X

Fonte/imagem: fotos.barch
Fonte/Imagem: shools.mukilteo.webnet.
Colibrido by Colibri. X

Exige-se a métrica de um sonete invertido,
contudo, sem o uso da rima, não se obriga a perfeição,
sendo o quarteto a pontificar o híbrido;
pois, o monóstico exige a repetição.


Vide o soneto onde um terceto o finaliza.
Neste caso, ele apenas desenvolve o raciocínio,
deixando a conclusão do texto para o dístico.


O Colibrido surge na transformação da palavra,
legando suposta originalidade ao autor e ao estilo.


Pois, o monóstico exige a repetição.


Sandro Colibri Publicado no Recanto das Letras em 22/01/2009Código do texto: T1399244

quinta-feira, 26 de março de 2009

Colibridos IX (TARAS)

Fonte/Imagem internet: autoria em pesquisa


Colibridos IX (TARAS)

Meu avesso é um espaço inânime,
corpos esbeltos e bocas calientes,
cegam-me em total impudicícia;
sou um libertino facetando a indiscrição.

Tenho sede, saciável no sexo
e o sadismo contaminando meus atos,
ora sacrossanto, ora safardana.
Meu ápice é provocar o teu timing,
pois, suas taras regem o meu Eu devasso.
Sou um libertino facetando a indiscrição.


Sandro Colibri
Publicado no Recanto das Letras em 25/03/2009Código do texto: T1505874

Colibridos VIII (Faixa de Gaza)

Fonte/imagem: arquivo PCO.online



Colibridos VIII (Faixa de Gaza)


Vil homem no leito da morte,
sob o fogo da autodestruição,
e crianças abandonadas à própria sorte,
sob o morteiro que não julga o coração.

Homens vis de um lado e doutro,
com a crença da morte e a intolerância
sob o silêncio do mundo, alimentando o monstro.

Refugiados da guerra no berço da paz,
morrem civis inocentes e os guerrilheiros do Hamas.

Sob o morteiro que não julga o coração.

Sandro Colibri
Publicado no Recanto das Letras em 08/01/2009Código do texto: T1374803

Colibridos VII (Cólera)

Fonte/Imagem: madonna.com


Colibridos VII (Cólera)


Odeio meus olhos marejados,
minha face tristonha,
meu sorriso amarelado,
neste reflexo lastimado pela vergonha.

Odeio o ódio que me toma,
incrustado no estômago, no intestino;
queimando o esôfago, travado na boca.

Odeio a mão e os dedos que apóiam a caneta
e todas as letras deste amargo chavão...

Neste reflexo lastimado pela vergonha.



Sandro Colibri
Publicado no Recanto das Letras em 07/01/2009Código do texto: T1372783

Colibridos VI (O Papai Noel dos desgraçados)


Fonte/Imagem: Estadão.com


Colibridos VI (O Papai Noel dos desgraçados)


Eram tantos e quantos couberam,
no divino antro das grades de ferro,
anjos descalços e futuros marginais;
são os filhos da miséria, as antíteses sociais.

Tinha fome e sede; frio sentia.
Repartiam a erva para inebriar o vazio,
nos quatro metros quadrados do inferninho.

Esquecidos e viciados, sonhavam entristecidos,
ter apenas o sorriso amável do bom velhinho.

São os filhos da miséria, as antíteses sociais.

Sandro Colibri
Publicado no Recanto das Letras em 24/12/2008Código do texto: T1351339

Colibridos V (Natureza em fúria)

Fonte/Imagem: foto online.

Colibridos V (Natureza em fúria)

O céu outrora vibrante, agora esta destoante
e chora para lavar o mundo imundo,
envolto pela ganância e comensuração.
Chora sobre a terra queimada... Xô abutres!
Pobre terra, não responde as lágrimas,
apenas vegeta em sua morte humanizada;
em toneladas de agrotóxicos e fertilizantes.
O céu chora sobre todos os males
e sua fúria é contestada na miséria humana.

Chora sobre a terra queimada... Xô abutres!

Sandro Colibri
Publicado no Recanto das Letras em 17/12/2008

Colibridos IV (Caos)

Caos/Portinari.


Colibridos IV (Caos)

Mais uma vez a solidão é rotina
e as quatro paredes vestidas de tristeza,
denotam minha prisão, meu único paradigma,
neste dia estapafúrdio e repleto de aspereza.
Quero estancar a veia e com calma respirar,
quero buscar a retidão que me acompanhava,
a luta é inglória, falta-me o ar.
Meu leito é um lodaçal de mágoas
e o meu travesseiro versa com o despropósito.
Neste dia estapafúrdio e repleto de aspereza.

Sandro Colibri
Publicado no Recanto das Letras em 17/12/2008Código do texto: T1340292

Colibridos III (Flagelo)

Fonte/Imagem internet: autoria em pesquisa.

Colibridos III (Flagelo)

Hei de sangrar minhas podres feridas,
cortando poeticamente sobre a carne,
vou respingar meu escárnio em tua face,
será meu castigo por tuas mentiras.

Talvez, nem a escatologia explique tal complexo,
entretanto, reconheceras neste deperecimento,
tua historieta mal lograda.

Poderás, por ventura litigar meu intento,
neste último ato de um desafortunado.

Será meu castigo por tuas mentiras.

Sandro Colibri
Publicado no Recanto das Letras em 16/12/2008Código do texto: T1339227

Colibridos II (Sombra)

Fonte/Imagem internet: autoria em pesquisa


Teu sorriso era luz e me alimentava,
como um fluido correndo na veia,
irrigando com centelha cada célula.
Era o lume e a ascendência.

E veio a sombra trazendo o caos,
provocando asfixia e aumentando a dor,
onde havia faceirice, há elucubração.

Tornou-se um ato delituoso de degola,
a manter um figurino de lamúria.
Era o lume e a ascendência.


Sandro Colibri
Publicado no Recanto das Letras em 16/12/2008 Código do texto: T1339140

Colibridos I (Sem futuro)

Fonte/imagem internet: autoria em pesquisa


Agora não terás meus versos,
que sofrem nas migalhas de teu afeto
e perde-se na derradeira esperança,
num sôfrego ato de desespero.
Pernas tristonhas e um coração desolado,
numa fabula para desnudar a alma
e afogar as palavras e os sentimentos.
Sucumbiu o poeta neste veneno,
retesado pelo fel e funesto destino.
Num sôfrego ato de desespero.


Sandro Colibri
Publicado no Recanto das Letras em 16/12/2008 Código do texto: T1339065

terça-feira, 24 de março de 2009

ODE aos torturados.

Fonte/Imagem: Unisinos.br/blog/ppgdireito.


Fonte/Imagem: BlogdoCastanha.com





ODE aos torturados.

Éramos POVO, suando e sangrando;
doendo, mas nunca se entregando
por debaixo do terno amarrotado,
sob as pancadas da barra de ferro,
sob as injurias dos DIABOS,
sob o martírio em nosso inferno.

Éramos FORTES na fragilidade,
da humilhante nudez ante os ignorantes,
na cadeira de aço que permitia o choque,
nos interrogatórios insanos finalizados na morte.

Éramos a voz que não se calava,
escrita consciente que não declinava,
a força invisível que revolucionava,
a bandeira de luta que a DITADURA receava.

Éramos a esperança da democracia... Subjugada;
em CUBA, na ESPANHA, no BRASIL, na FRANÇA;
sob tortura, sem respeito, sem direitos,
na torpe visão dos algozes e déspotas.

Éramos... Porque assim ELES acreditavam,
contudo, somos o esteio da liberdade,
lembrados e louvados em homenagens póstumas.
Porque o corpo verga, os ossos quebram,
a carne frágil sangra e apodrece,
mas os ideais não morrem.

Sandro Colibri
Publicado no Recanto das Letras em 02/02/2009Código do texto: T1418668