quarta-feira, 30 de março de 2011

MONÓLOGO DE UM PÓS-ESOPO

Fonte imagem: internet/grupotrupicãociadeteatro.

Envolver-me-ei a tristeza de tua mesa, de tua cama, sofrendo o engasgo nesta amarga fartura...
Meus versos afirmam minha zanga, pelos pobres homens que arrotam arrogância por vezes vexatoriamente indefinida. Eis aqui as palavras que emudeci e as lagrimas que contive e as dores desta malfadada sociopatia, então leiam minha tristeza, enquanto bombas caem fazendo arder a terra, enquanto a fome fomenta a miséria e o ódio que impera sobre a razão.
Meus versos refutam quaisquer hipocrisias.
Vejam a cegueira do poder corporativo que alimenta uma democracia ultrajada, que se alimenta e manipula um maná para sua corja corrupta. Eu respiro e sinto nojo do odor, enquanto desaparecem verbas publicas, pois, por falta delas, sobram restos de gente nas ruas, restos humanos nos calçadões dormitórios, alheios a fúria que devora as escolas, os hospitais, creches e remédios, a fúria que exclui procriando marginais e muitos índices nas planilhas sociais, mas que número pode explicar essa desolação e a falta de alimentos, de teto e respeito para com este nosso irmão.
Números são maquiados, eis o retrato deste povo maltratado, resto humanos sob o falso entusiasmo de narizes infelizes, sob os olhares indignados de cegos que enxergam, e negam, e negam.
Fábulas e lendas não disfarçam favelas.
Dói-me este discurso de fragilidade, esta mão imaginaria e sobrenatural, seus dedos gélidos pressionando minha garganta.
Reagir é necessário.
Clamo numa prece sussurrada, e lamento, e vigio, e respiro uma esperança qualquer.
Eu enxergo, mas ontem ceguei, e virei o rosto para tantas mazelas.
Fui vidraça, estou espelho, mas até quando esses milhões de ovelhas alimentarão essa ninhada de raposas.


Leia também: Monólogo de JUDAS.
Obrigado pelo carinho e atenção, o mérito do texto se julgará por sua eventual divulgação.

Publicado no Recanto das Letras em 30/03/2011

Código do texto: T2879770

terça-feira, 29 de março de 2011

Tu, um PEDÓFILO? ( TRIOLÉ )


fonte imagem: internet/autoria em pesquisa.

Inominável ser, humano patético,
abominável homem a macular anjos,
odiável parasita de outro ser proxenético,
inominável ser, humano patético.
Quem não condenaria teus arranjos,
tua vã insanidade, tua frívola isonomia.
Inominável ser, humano patético,
abominável homem a macular anjos.


Publicado no Recanto das Letras em 29/03/2011 Código do texto: T2878037
Sandro Colibri