quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Versos do pós-gozo!

Fonte imagem/ internet autoria em pesquisa.

Sou louco e minha loucura flui,
viceja delineada na poesia,
como coloridas bolhas de sabão
que se doam ao sopro do vento...
Perdidos traços de infância,
rivalizando nos anseios da maturidade.

A lua grita em minh’alma
e as letras ecoam a pulular as carótidas;
sou meio lobo, meio fênix,
meus uivos incendeiam a estrela nua,
perco a civilidade e me espalho,
sua nudez me devora... Auuuuuuuuuu!

Sou louco e pleno de encantos,
feito um adágio para adornar a musa,
bebo na própria sangria,
na seiva das letras para homenageá-la.
É preciso desentranhar o desfecho
e na embriagues do ato ama-la.

A lua grita em minh’alma,
como o fogo que arde na Cie Carabosse,
inflamando o desejo que me ergue.
Sou meio lobo, meio fênix,
noutro espetáculo apoteótico;
enquanto sua nudez me devora... Auuuuuuuuuu!

Sou louco, me dirás: INCOERCIVEL!
Porém, contigo todos os atos colaboram,
o êxtase torna a transmigração possível.
agora todos os sentidos estão subjugados,
encontramos a paz silente do gozo,
para reencarnar a fênix adormecida.



Made in Insônia - S.Paulo - 01:45h

Cie Carabosse – Grupo francês responsável pela instalação arte do fogo no Parque da Luz.
Incoercível - que não se pode reprimir
Transmigração – passar de um corpo para o outro (a alma)

Sandro Colibri
Publicado no Recanto das Letras em 05/05/2009
Código do texto: T1577652

SANTA INSÔNIA

Fonte Imagem/ virtual.epm.br

Santa Insônia

Santa insônia que ilustra meus versos,
perdoai meus pecados tão humanos,
meus desejos e tormentos;
nobres, tolos ou insanos.

Livra-me dos agouros noturnos,
da morbidez do tempo,
que me castigam as pálpebras
e das agruras que afligem e que desseca,
meu coração e minha alma.

Liberta-me dos sons intempestivos,
que compõem a noite;
chiados, miados, latidos
e o depressivo alarido dos carros
tão barulhentos, queimando o asfalto.

Santa insônia, que se confunde
em minha mente conturbada.
Ah, se eu pudesse incinerar minha memória
e jogar as cinzas do meu sofrimento,
no longínquo mar do esquecimento.
Fazer-se ia um lumaréu,
nesta noite tão madrasta.

Sandro Colibri
Publicado no Recanto das Letras em 06/05/2007 Código do texto: T477076