terça-feira, 27 de setembro de 2011

Quando cessaram as cores.



Quando cessaram as cores.

Quando cessaram as cores...
O preto que eu conhecia,
deu lugar ao negro escuro do medo.
O colorido ficou cinzento,
perdeu-se o verde das florestas,
dos jardins multicores em varias flores;
o azul celeste do céu
e o azul_verde_água... Mar!
Perdeu-se o verde brilhante e apaixonado do teu olhar.
Quando cessaram as cores...
A ausência do vermelho,
deu-me lágrimas de sangue!
Que deslizavam em minha face, sem cor...
Ungindo a terra;
que eu percebia e lembrava,
outrora marrom, agora simplesmente enegrecida.
O amarelo glamoroso,
apagou-se com o sol;
o limão e o laranja, foram-se com ele,
perdendo o tom...Tudo é negro!
Quando cessaram as cores...
Na ausência da visão...
O tato, o paladar, a audição e o sofrimento...
O mundo não reconhece a minha limitação.


Enviado por Sandro Colibri em 26/02/2007
Reeditado em 20/01/2010
Código do texto: T394542

Um comentário:

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Cadê, aquele mundo colorido?
Essa poesia, é universal, atual, tocante. Ela fez lembrar-me de uma exposição feita para cegos no Instituto Benjamim Constant,RJ, há uns 30 anos. Vi tanta felicidade nos sorrisos e comentários dos que "viam" com o tato...
Gosto da sua poesia, verdades que muitos gostariam de dizer.
Um abraço, Colibri