quarta-feira, 26 de outubro de 2011

SONETO A FLORBELA ESPANCA

Sôfrega madrugada, decrépita fechadura,
insano incômodo a lhe silenciar os versos,
sem o afeto, degenerou-se com barbitúrico;
a vida e a morte incendiaram a clausura.

Florbela murchou silenciosa e solitária.
Amar? Amar indefinidamente, sempre!
Sofrendo a dor latente, gritante, na agrura,
a dor extravasada em amargas palavras.

Obra e vida confundida, exaltada,
a poesia acalentando a alma,
e suas feridas rotuladas em seu livro de mágoas.

Sofrem os amantes desta flor literária,
a dor pungente de escarafunchar teus versos
e silenciar ao rodapé de vossos anelos.
Código do texto: T2837427
Sandro Colibri

Um comentário:

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Merecedora homenagem!
Perfeita descrição!

um abraço, Colibri