quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Doa-me Brasil...



Doa-me Brasil...

Doa-me... Na carne,
o corte profundo das verbas da saúde,
pois na solidariedade,
todos aceitam a morte,
como um remédio útil.

Cega-me...
na tolerância,
pela insegurança;
e quantos filhos de minha pátria,
serão encontrados pela bala maldita?
Perdida? Achadas! Ceifa vidas.

Doa-me... Na consciência,
a falta de critério e de indignação,
que reconduziu ao congresso,
os criadores do mensalão.
Covardia? Falta opção?
Conformismo... Ladrão por ladrão!?

Corta-me... Sem piedade.
com teus impostos abusivos,
com tua falta de compromisso,
por tua omissão na educação.
por tantas outras vias,
reduzindo o meu orgulho a cinzas.

Cala-me... Com tua visão arcaica,
com teus poderes escusos,
com teu exercito difuso,
que tenta silenciar minha oposição
e tenta, e tenta... Tentam,
mas por tua inteligência _ não conseguirão.

Doa-me... De qualquer forma,
com os atropelos da indiferença,
com a indignação que retoma a consciência,
pela volta da esperança e na crença.
Então doa-nos Brasil...
Para o teu povo renascer.

Doa-nos também, por toda massa carcerária,
quatrocentas mil cobaias,
ociosas em cativeiro;
o joio, o trigo e o centeio,
da receita ao pão amargo,
tem o diabo como padeiro.

Doa-me Brasil...
Na indignação e na revolta,
de meus patriotas.
Eu quero doer.
Quero viver o meu grito...
Deixa-me crescer.



Sandro Colibri
Reeditado em 07/08/2009
Código do texto: T428109

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