quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Pai divorciado



Pai divorciado

Potes cheios,
bolachas,
doces,
pirulitos,
chicles com recheio.

Brinquedos organizados,
de um lado e de outro,
com a saudade no meio.

Retratos na parede,
o filho lindo...
Um silêncio abortivo
e o tempo opressivo.

A roda maluca,
o avião inflável,
bichos de pelúcia
e teu sorriso fácil,
sempre tão aguardado.

O tempo que maltrata,
pela segunda-feira,
sempre tão distante do sábado.

Pelas mudanças na aparência,
da infância
para a adolescência.

Perde-se o esteio,
na falta do ombro amigo,
nas noites silenciosas,
nas estórias infantis,
agora ociosas,
na esperança; que jaz melindrosa.

E sopra o vento,
sobre as páginas viradas,
deixando a saudade como testamento.



por Sandro Colibri em 12/04/2007
Código do texto: T447239

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